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Ministério da Saúde projeta 300 casos suspeitos de coronavírus

28/02/2020 - 10h15Por: Bell Kojima

Balanço divulgado pelo Ministério da Saúde (MS) nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, mostra que há 1 caso confirmado, 132 suspeitos e 60 descartados do novo coronavírus no Brasil. Os dados estão atualizados até o meio-dia desta quinta, e não incluem outras 213 notificações ainda em análise pela pasta. Esses 213 casos podem ser incluídos nos suspeitos ou descartados, e a projeção do secretário executivo do MS é que chegue, ao fim, perto de 300 suspeitos.

No balanço anterior, de quarta-feira, eram 20 suspeitos e 59 descartados, além de um caso confirmado.

Esse número 132 precisa de uma correção. Ele não é definitivo. É muito maior que 132“, disse o secretário executivo do ministério, João Gabbardo.

Na verdade, estamos hoje perto de 300 casos suspeitos.

Dos 132 casos suspeitos, 3 são de pessoas que tiveram contato com o empresário que foi o primeiro caso confirmado no Brasil. Outros 121 são de pessoas que viajaram recentemente para países onde há transmissão do vírus. O restante é de gente que não viajou, mas teve contato com outros casos suspeitos. Todos eles apresentaram sintomas da doença.

Gabbardo não quis dar detalhes dos 3 casos suspeitos que tiveram contato com o caso confirmado de São Paulo. Caso se confirmem essas suspeitas, já terá ocorrido transmissão local no Brasil. O único caso confirmado até agora foi importado, uma vez que o vírus foi contraído na Itália.

São três contatos que estão sendo investigados desse caso confirmado. Temos as informações, mas por uma questão de ética, não vamos dar nenhum dado sobre essas pessoas, porque isso podeira direcionar uma busca por essas pessoas. Isso nos colocaria numa situação de constrangimento. Apesar de saber essa informação, não vamos falar especificamente sobre esses casos“, disse Gabbardo.

Dos 132 casos suspeitos atualizados até o meio-dia desta quinta, 55 são de São Paulo (Secretaria Estadual de Saúde de SP afirma que são 85), 24 do Rio Grande do Sul, 9 do Rio de Janeiro, 8 de Santa Catarina, 5 do Paraná, 5 de Minas Gerais, 5 do Distrito Federal, 5 do Ceará, 4 do Rio Grande do Norte, 3 de Pernambuco, 3 de Goiás, 2 de Mato Grosso do Sul, 1 do Espírito Santo, 1 de Alagoas, 1 da Bahia e 1 da Paraíba.

Entre os casos suspeitos, são 73 mulheres e 59 homens. A pessoa mais jovem tem 8 anos, e a mais velha 82.

Entre os casos descartados, eles deram positivo para outros tipos de vírus, ou negativo no teste específico para o novo coronavírus. Dos 60 descartados, 28 são de São Paulo, 10 do Rio Grande do Sul, 8 do Rio de Janeiro, 4 de Santa Catarina, 3 do Paraná, 3 de Minas Gerais, 2 da Bahia, 1 do Ceará e 1 do Distrito Federal.

O novo coronavírus, que já matou mais de 2 mil pessoas, a maioria na China, provoca febre e sintomas respiratórios.

Os números apresentados pelo Ministério da Saúde mostram que a doença matou 3,5% das pessoas que contraíram o vírus na China, e 1,5% em outros países. Para Gabbardo, o percentual menor tende a ser o mais correto, porque praticamente todos os casos fora da China estão sendo investigados.

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Pandemia?

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Na quarta-feira, 26, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse haver elementos para a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar uma pandemia, ou seja, uma epidemia de escala global. Nesta quinta-feia, Gabbardo disse que, se for de fato declarada uma pandemia, pessoas provenientes de qualquer país poderão entrar na lista de casos suspeitos, desde que apresentem sintomas.

O atual critério do Ministério da Saúde é que, para ser incluído na lista, o país precisa ter ao menos 5 casos de transmissão interna do vírus.

Gabbardo afirmou também que o reconhecimento formal da existência de uma pandemia vai facilitar a liberação de recursos.

As afirmações do secretário-executivo contrastam com o que disse na quarta-feira o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson de Oliveira. Segundo ele, a eventual declaração de uma pandemia não mudaria em nada o planejamento do Brasil. Quanto à lista de países, Wanderson havia afirmado que o Brasil poderia ampliá-la sem depender de decisão da OMS.

Edição: Bell Kojima


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