Saúde

Paralisia de Bell: condição neurológica que pode surgir após infecções virais

24/09/2025 - 21h44
A paralisia de Bell é uma disfunção neurológica caracterizada pela fraqueza ou paralisia súbita de um lado do rosto, resultante de uma inflamação e inchaço do nervo facial (sétimo nervo craniano). Essa inflamação compromete os impulsos nervosos responsáveis pelos movimentos faciais, afetando ações simples como sorrir, piscar ou franzir a testa.
De acordo com especialistas, a condição costuma ser desencadeada após infecções virais, entre elas o herpes simples tipo 1, o vírus da varicela-zóster (mesmo causador da catapora e do herpes-zóster), o vírus Epstein-Barr e até mesmo o SARS-CoV-2, responsável pela COVID-19. Em alguns casos, a paralisia de Bell surge dias depois de sintomas gripais ou de um quadro de estresse intenso, que podem fragilizar o sistema imunológico.
Os principais sintomas incluem:
•fraqueza ou paralisia em um lado do rosto;
•dificuldade para fechar o olho ou mover a boca do lado afetado;
•assimetria facial ao sorrir;
•alteração no paladar;
•sensibilidade aumentada a sons (hiperacusia).
A maioria dos pacientes apresenta melhora significativa dentro de semanas a poucos meses, especialmente quando o diagnóstico é rápido e o tratamento é iniciado precocemente. O manejo clínico pode incluir corticosteroides para reduzir a inflamação, medicamentos antivirais (em casos específicos) e fisioterapia facial para acelerar a recuperação muscular.
Embora seja uma condição que assuste pelo início súbito, a paralisia de Bell não é contagiosa e costuma ter bom prognóstico — mais de 70% dos casos se resolvem espontaneamente em até seis meses. No entanto, é importante procurar atendimento médico assim que os primeiros sinais surgirem, pois o diagnóstico precoce ajuda a descartar outras doenças neurológicas que também podem causar fraqueza facial, como o acidente vascular cerebral (AVC).
Dr. Mário Sérgio é Médico e Educador Popular em Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz

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