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Menino de 11 anos mata padrasto para proteger mãe e irmão

13/02/2020 - 13h41Por: Bell Kojima

Um menino de 11 anos matou o padrasto a facadas na noite desta segunda-feira, 10 de fevereiro, na casa onde vivia a família, no Residencial Novo Mundo, em Campinas.

A vítima é o técnico em manutenção, Rivanildo de Alencar Tamborim, 43 anos. Ele era casado com a mãe da criança, uma auxiliar, 40, há 2 anos.

Segundo o relato dela à Polícia Civil (PC), na noite de segunda-feira, os dois tiveram uma briga porque ele não tinha pagado algumas contas e havia feito um “gato” de energia elétrica.

O casal vivia na casa com 3 filhos da mulher de outros casamentos – um jovem de 15, o de 11 e um de 6.

Quando a discussão começou, segundo a mulher, seu marido rasgou sua roupa, trancou a porta de casa para evitar que ela fugisse e escondeu a chave. Em seguida, passou a agredi-la com socos.

O homem então, segundo o relato, passou a agredir o filho de 15 anos, o estrangulando e dando socos em sua cara. A mulher tentou impedir as agressões, sem sucesso.

O menino de 11 anos, então, temendo que o homem matasse seu irmão, foi até a cozinha e pegou uma faca. Voltou ao quarto e, segundo contou à polícia, deu duas “cutucadas” com a faca em seu padrasto, para que ele soltasse o outro adolescente.

Os golpes atingiram o pescoço do homem, que conseguiu pegar a chave e sair de casa. Com um sangramento intenso, acabou caindo na calçada, onde morreu antes da chegada das equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e da Polícia Militar (PM). Uma vizinha que é técnica de enfermagem ainda tentou socorrer o homem.

O menino disse ainda que queria apenas “riscar” a barriga de seu padrasto, e não imaginava que fosse matá-lo. Segundo o boletim de ocorrência, ele ficou em estado de choque.

A PM levou todos os envolvidos para o plantão da 2ª Delegacia da Mulher, no Jardim Londres, onde o caso foi registrado como violência doméstica e lesão corporal seguida de morte. O menino ficará com a custódia da mãe e o caso também será investigado, em sigilo, pelo Ministério Público da Infância e Juventude.

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Histórico de violência 

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A mulher contou à polícia que conheceu seu atual marido há mais de 20 anos, e que seu relacionamento com ele foi marcado por “idas e vindas” ao longo dessas duas décadas.

Mas, segundo ela, ele sempre foi violento e já tinha agredido ela e seus filhos em outros momentos. O homem também era muito ciumento, tendo diversas vezes a acusado de trai-lo – por essa razão, ele a obrigava a acompanhá-lo em seu trabalho, e ela acabou virando sua assistente.

Edição: Bell Kojima


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