Polícia

Reunião em Ibirapuã decide fechar o cerco para prender o vereador Anderson Amaral

06/06/2012 - 20h11
O vereador Anderson Amaral (PSD), acusado de torturar e raspar a cabeça e sobrancelhas da própria esposa, Jamille Alves Lima, de 22 anos, no último dia 16 de maio, na cidade de Ibirapuã, já é considerado foragido da Justiça, depois que teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Ricardo Costa e Silva, magistrado que atendeu ao pedido formalizado pelo promotor George Elias Gonçalves Pereira. O mandado de prisão foi expedido três dias após as agressões, em 19 de maio. Desde então o agressor desapareceu da região.

E nesta quarta-feira (06) a situação de Anderson Amaral, que além de vereador é também um conhecido narrador de rodeio, se complicou ainda mais, já que por decisão das secretarias estaduais de Políticas para as Mulheres (SPM), Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), além da Comissão dos Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa (ALBA), aconteceu na cidade de Ibirapuã uma ampla reunião na sede da secretaria municipal de Assistência Social, com o objetivo claro de chamar a atenção da sociedade para com relação à necessidade de localização e prisão do acusado.

A violência praticada contra Jamille Alves Lima, de 22 anos, no município de Ibirapuã, foi discutida pela comitiva vinda de Salvador e que aqui na região ainda contou com o reforço do delegado Marcus Vinícius, coordenador da 8ª Coorpin de Teixeira de Freitas e que representou o secretário estadual de Segurança, Maurício Barbosa, durante a reunião, a delegada Maria Luíza, titular de Ibirapuã, além do promotor de justiça do caso, George Elias Gonçalves Pereira. O evento foi aberto no final da manhã desta quarta-feira, dia 06 e só terminou por volta das 14 horas. Em pauta da reunião, além de uma discussão ampla sobre agressões contra o público feminino, foram traçadas metas para que o vereador Anderson Amaral seja o mais rápido possível localizado e preso. “A impunidade gera a violência. Esse caso chocou a atenção da Bahia e nós não podemos aceitar isso”, disse a secretária estadual de Políticas para as Mulheres (SPM) Vera Lúcia Barbosa. “O objetivo do encontro foi atualizar informações sobre o andamento da investigação e solicitar dos órgãos competentes uma maior celeridade na busca do acusado, considerado foragido pela Justiça”, completou.

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Vereador que agrediu mulher pode ser preso a qualquer momento

A operação conjunta entre as polícias Civil e Militar foi intensificada para a prisão do vereador Anderson Amaral, apontado como agressor da esposa Jamille Alves Lima, 22, no município baiano de Ibirapuã, a 944 km de Salvador. A informação foi dada pelo coordenador regional de Polícia Civil, delegado Marcos Vinicius, nesta quarta-feira (6), durante reunião com representantes das secretarias de Políticas para as Mulheres (SPM), Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) e Assembleia Legislativa.

Segundo o delegado, que recebeu a comitiva no município, “há provas testemunhais e materiais suficientes” contra o vereador, que está sendo indiciado pelos crimes de lesões corporais, ameaça e estupro, caso ocorrido no último dia 16, na residência do casal. O delegado informou ainda que o inquérito policial foi concluído e encaminhado à Justiça hoje mesmo. Disse que mesmo foragido, o vereador entrou com pedido de revogação do mandado de prisão expedido no último dia 21, o que foi negado pelo Poder Judiciário.

A secretária de Políticas para as Mulheres, Lúcia Barbosa, afirmou que o caso serve como alerta para a necessidade de aprimorar políticas públicas de enfrentamento à violência e estímulo à denúncia. “É nosso papel enquanto Estado não permitir que a prática de violência contra as mulheres fique sem punição”, disse Barbosa, informando a liberação de recursos, ainda este ano, para instalação de um Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAM) na região, com sede em Teixeira de Freitas.[jwplayer config=”Video Paginas” mediaid=”9219″]

O caso

O vereador Anderson Amaral, antes de ter a prisão decretada, gravou um vídeo admitindo que havia torturado a esposa Jamile no dia 16 de maio, raspado sua cabeça e sobrancelhas, e obrigando-a a escrever uma carta confessando um suposto adultério. Depois ordenou que ela fosse para o quarto, onde, segundo a vítima, praticou violência sexual. O caso já está sendo enquadrado como violência doméstica, o que possibilitou a expedição de medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha, para evitar ameaças e risco à vida da vítima.

Familiares da jovem agredida, como irmãs, tias, mãe e pai estiveram presentes na reunião realizada nesta quarta-feira (06) em Ibirapuã e todos foram unânimes em afirmar que querem justiça diante do caso. Já Jamille Alves Lima, de 22 anos, que ainda apresenta em seu corpo marcas da agressão, não compareceu ao encontro.

Exames

Um dia após a violência a jovem Jamile foi submetida a exame de corpo de delito no Departamento de Polícia Técnica (DPT) em Teixeira de Freitas. O laudo que deve ser assinado pela perita médica Cesarina Siqueira e o perito médico revisor Welson Jorge Nascimento, está quase pronto e deve ser entregue à delegada Maria Luíza, titular da Polícia Civil de Ibirapuã e responsável pelo caso, na próxima semana.

Por Ronildo Brito e Jotta Mendes


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