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Governo de MG confirma 23 mortes por febre amarela

20/01/2017 - 13h15

febre amarela

A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais confirmou, nesta quinta-feira (19), que 23 pessoas morreram em decorrência de febre amarela contraída no estado. A informação foi dada pelo subsecretário de Vigilância e Proteção à Saúde de Minas Gerais, Rodrigo Said, durante entrevista coletiva em Belo Horizonte. Ele também afirmou que este é o maior surto já registrado no estado.

   De acordo com a secretaria, existem 206 casos notificados da doença. Destes, 34 foram confirmados, sendo que 23 “evoluíram para óbito”.

Segundo a secretaria, as mortes estão relacionadas aos municípios de:

  • Ladainha (7);
  • Piedade de Caratinga (2);
  • Ipanema (3);
  • Malacacheta (2);
  • Imbé de Minas (1);
  • São Sebastião do Maranhão (2);
  • Frei Gaspar (1);
  • Itambacuri (2);
  • Poté (1);
  • Setubinha (1);
  • Teófilo Otoni (1).

Segundo Said, o resultados dos exames confirmando as primeiras mortes da doenças, divulgados nesta quarta-feira (18), apontaram a real circulação do vírus no Leste de Minas.

   “Com base nessa informação e nas investigações de prontuário e de outras informações laboratoriais, foi realizada uma revisão em todos os 206 casos que foram publicados até a data de ontem [quarta]”, afirmou.

Até o momento, nenhum dos casos notificados foram descartados, e 172 ainda estão sob investigação. As ocorrências suspeitas e confirmadas foram registradas em 29 municípios de Minas Gerais.

De acordo com o subsecretário, os números divulgados nesta quinta-feira já superam os do surto ocorrido entre 1999 e 2000, na região da cidade de Divinópolis, no Centro-Oeste, que, até então, era considerado o mais significativo do estado.

   “A partir do momento em que esses dados são registrados no sistema, é o maior surto de febre amarela em Minas Gerais”, afirmou Said.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus, que pode levar à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença é transmitida por mosquitos e comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.

   De acordo com Said, a maioria dos pacientes mortos era homens, moradores de áreas rurais e, em relação a nenhum deles, há registro de aplicação de vacina contra a doença.

A secretaria reafirmou, assim como Ministério da Saúde, que não há registro ou suspeita de contágio em ambiente urbano. Segundo o subsecretário, em 44 municípios do estado há rumores de morte de macacos. Essas cidades ficam nas regiões do Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Zona da Mata, Centro-Oeste, Sul de Minas e Triângulo Mineiro.

Em outros 13 municípios – no Vale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Centro-Oeste e Triângulo Mineiro –, equipes conseguiram coletar amostras de primatas mortos para a realização de exames.

Nesta quarta-feira (18), Said havia dito que a secretaria de Minas iria pedir ao Governo Federal apoio da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) no combate a febre amarela no estado. Durante a entrevista desta quinta-feira (19), ele disse que o estado ainda não tem uma resposta sobre a solicitação.

Vacinação

Se uma cidade ou região é considerada “área de risco”, isso significa que todos os moradores e turistas que passarem por aquele local precisam estar com a vacinação em dia.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que apenas uma dose de vacina é suficiente para a vida inteira, mas o protocolo nacional prevê duas doses, com intervalo máximo de 10 anos.

   Se a caderneta infantil for seguida à risca, a primeira dose deve ser administrada aos 9 meses de vida, e a segunda, até 4 anos completos. Se faltar uma dessas doses, é preciso completar a vacinação.

Segundo o secretário de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz (PMDB), em uma semana 1,6 milhão de pessoas foram vacinadas no estado.

Liberação de R$ 26 milhões

Durante a coletiva de imprensa, ele também falou sobre o anúncio de R$ 26 milhões para o combate à doença. O secretário reconheceu que parte deste valor – aproximadamente R$ 14 milhões – refere-se ao repasse em atraso para área de atenção básica à saúde.

   “Além do recurso que foi liberado para a Vigilância [cerca de R$ 12 milhões], o governo cuidou de liberar para os 152 municípios das quatro regionais de saúde onde há casos, um quadrimestre dos dois que estavam atrasados da atenção básica”, explicou.

Segundo Sávio Souza Cruz, o repasse estava atrasado desde abril de 2016, mas ele disse acreditar que isso não teria contribuído para o surgimento da febre amarela.



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