Psicóloga fala sobre possíveis transtornos psíquicos que podem ser desencadeados pela quarentena
Carla Andréa Costa
O isolamento social, principalmente, os repentinos, como esse em que a população viu-se obrigada a recuar por causa do Covid-19, pode ocasionar alguns transtornos psíquicos no ser humano, dentre eles, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), o transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e a depressão, nos quais a ênfase é dada nos dois últimos nessa matéria.
TOC, funciona como “amortecedor” ou “aliviador” das tensões oriundas dos repetitivos gestos em que a pessoa faz ao longo do dia, como levantar a gola da camisa inúmeras vezes, sem necessidade, lavar as mãos toda hora, etc. Este transtorno é diagnosticado por psicólogos e tratado em terapia, sabendo que não existe ainda um exame que se faça para detectar o mesmo, por isso o olhar especialista facilita na interpretação dos fatos.
Porém, a boa notícia é, tem cura e por ter esses sintomas que descarrega energia compulsiva, não apresenta perigo de morte para a pessoa.
Não obstante, a depressão é algo em que deve-se ter muito cuidado, pois, se não for tratada e o depressivo não reagir na fase de alerta que o corpo apresenta que é de fuga ou luta, pode levar à comordidades associadas e, em muitos casos até à morte. A distinção entre tristeza e depressão é importante saber para que seja, com a ajuda do profissional da área, diagnosticada e tratada, evitando males maiores.
A tristeza apresenta quando o simpático reage mediante uma situação externa, exemplo, alguém que perdeu seu ente querido, sabendo que, embora a lembrança perdure, a tristeza vai passar em algum momento quando vivencia e finaliza as 5 fases do luto, se porventura, passou por essas fases e o sujeito não reagiu, já pode-se preocupar.
Há na nossa cultura, algo relacionado a pessoa com depressão de cunho pejorativo quando se ignora a situação, fazendo com que o paciente piore o quadro, tachando-o de adjetivos incoerentes com o quadro.
Por tanto, faz-se necessário, novamente, ressaltar a importância da avaliação psicológica e neurológica, para não ser vítima do sentimento de culpa, desencadeando assim uma bola de neve familiar e/ ou social.
A orientação para esse tempo de quarentena, é que saibam aproveitar o tempo de forma responsável e prazerosa, como a leitura de bons livros, a apreciação de cada detalhes, privilégio dos quais muitos são privados pela agitação do mundo moderno, o estabelecimento e escrita de metas futuras e rotina diária, o sentar em família dialogando e ressaltando os pontos positivos uns dos outros, arrumar uma gaveta, etc.
Em meio a essa pandemia é possível sim apreciar o belo, fazer algo em que sinta-se bem.
Edição: Bell Kojima