Sem
categoria

Gerente rouba R$ 72 mil de desembargador

29/03/2012 - 01h00

O gerente de relacionamentos da agência do Banestes que funciona dentro do Tribunal de Justiça do Espírito Santo está afastado de suas funções desde a primeira quinzena deste mês. Ele é suspeito de desviar R$ 72.857,85 da conta do desembargador Epaminondas Pimentel, morto em abril de 1995. O dinheiro  foi  para uma conta em nome da irmã do acusado, também já falecida, na Caixa Econômica Federal.

A 11ª Vara Cível de Vitória determinou, a pedido do Banestes, o bloqueio dos R$ 72,8 mil. A investigação da suposta fraude é tocada pela auditoria interna do banco. O que já se sabe é que o gerente, valendo-se da posição de confiança que exerce na instituição, solicitou o desbloqueio e movimentou a conta de Epaminondas Pimentel.

Por questão de segurança, as contas paralisadas há mais de 90 dias, caso da do desembargador, têm seus saldos bloqueados automaticamente pelo Sistema Integrado de Pagamento (SIP). Nessas situações, as contas só podem ser desbloqueadas após solicitação pessoal do cliente na agência. Feito isso, o gerente da unidade pede a liberação da conta à Gerência de Contas de Depósito (Gecod) e à Coordenadoria do Sistema Integrado de Pagamentos (Cosip) da instituição.

Fraude

No dia 8 de março deste ano, o gerente de relacionamentos do Banestes no TJ solicitou o desbloqueio da conta de Epaminondas à Gecod e à Cosip sob o argumento de que a requisição tinha partido da Secretaria de Finanças e Execução Orçamentária do Tribunal.

No dia seguinte, já com a autorização da Gecod e da Cosip, e com a guia de retirada preenchida com os dados de Epaminondas Pimentel na mão, o gerente efetuou a retirada dos R$ 72,8 mil. Todo o dinheiro foi transferido, por meio de Transferência Eletrônica Disponível (TED), para uma conta da Caixa Econômica Federal, tendo como suposto destinatário o próprio Epaminondas.

Desconfiando da ocorrência de uma  fraude, a auditoria interna do Banestes investigou a transferência e descobriu que o CPF informado na TED era da irmã do gerente afastado,  morta em 26 de julho de 2009.

De posse dessas informações, a assessoria jurídica do banco estadual entrou, no dia 19 de março, com uma medida cautelar na 11ª Vara Cível de Vitória solicitando o bloqueio de todo saldo da conta da irmã do gerente na Caixa. O Banestes usou o argumento de que o patrimônio poderia ser dilapidado no curso da investigação.

No dia seguinte, o juiz Camilo José D’Ávila Couto determinou o bloqueio dos R$ 72,8 mil transferidos da conta do desembargador Epaminondas para a conta da irmã do gerente.

Banestes e TJ

O Banestes, por meio de nota, informou “já ter instaurado processo administrativo disciplinar, estando o mesmo na fase de investigação. Assim, uma vez constatada qualquer irregularidade, serão adotadas todas as medidas cabíveis”. A assessoria de imprensa da instituição não disse se há um prazo para a conclusão desse processo administrativo disciplinar.

No Tribunal de Justiça, a informação é de que “a Secretaria de Finanças e Execução Orçamentária do Tribunal de Justiça não emitiu nenhum tipo de solicitação ou ofício autorizando a movimentação da conta do desembargador Epaminondas”. A assessoria de imprensa afirma que “a secretaria sequer tem autoridade para fazer esse tipo de solicitação”. Ontem, o TJ encaminhou um ofício ao Banestes pedindo informações sobre a suposta solicitação.

A GAZETA tentou, mas não conseguiu contato com nenhum familiar de Epaminondas Pimentel. O nome do gerente não foi divulgado na reportagem por ele ainda não estar respondendo a uma ação penal.

Informações/A Gazeta


Deixe seu comentário