Polícia

Ameaçado de morte juiz de Mucuri Leonardo Coelho concede entrevista coletiva

12/05/2012 - 14h13

O juiz titular da vara criminal de Mucuri, Leonardo Santos Vieira Coelho, atendendo uma insistente solicitação dos jornalistas da região, resolveu atender a imprensa no final da manhã desta sexta-feira (11/05), no salão do júri do Fórum Desembargador Pedro Fontes, quando pela primeira vez falou sobre o seu estado de estar sendo vigiado por policiais armados dia e noite em conseqüência das ameaças de morte que sofreu recentemente, possivelmente por causa das suas últimas decisões. As ligações foram feitas para familiares do magistrado e desde então policiais militares especializados, fardados e à paisana passaram a oferecer segurança ao jovem juiz e um dos telefonemas, a pessoa ameaçadora também teria ligado para casa dos pais da promotora titular da comarca de Mucuri, Milena Moreschi.

A promotora Milena Moreschi presidiu na companhia do seu colega promotor de justiça Pablo Antônio Cordeiro de Almeida, o inquérito ministerial que desencadeou a “Operação Caribe” na madrugada de quinta-feira, dia 22 de dezembro de 2011, nos municípios de Mucuri e Nova Viçosa, para cumprir 12 mandados de busca e apreensão nas casas e nos gabinetes dos vereadores de Mucuri, resultando na prisão de 7 deles, um vereador de Nova Viçosa, dois empresários do ramo imobiliário e a decretação da prisão preventiva de um ex-vereador e de um outro atual vereador da época, em Mucuri, para apurar crimes de corrupção ativa e passiva em transações com indícios de irregularidades envolvendo vereadores e empresários do ramo imobiliário do distrito de Itabatã.

Todos os mandados foram decretados pelo juiz Leonardo Santos Vieira Coelho, atendendo solicitação dos promotores da GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais da Procuradoria Geral de Justiça da Bahia. Atualmente apenas um está em prisão domiciliar e cinco vereadores estão foragidos.  O juiz de Mucuri, Leonardo Coelho atuou também na 4ª fase da “Operação Ouro Negro” do NUROC – Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e a Corrupção que iniciou em 7 de dezembro de 2011 e que somente ele, prendeu 17 pessoas envolvidas no furto de madeira e produção ilegal do carvão na região extremo sul da Bahia que utilizava a mão de obra de crianças e adolescentes, cujo carvão, posteriormente era comercializado para as siderúrgicas com notas fiscais de empresas “laranjas”, que após um ano e meio, essas empresas eram abandonadas com dívidas em torno de R$ 12 milhões e o prejuízo causado pela quadrilha soma-se um rombo de mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos estaduais e federais.

Segundo os promotores e delegados do Grupo Especial do Relatório de Assistência Militar, que investiga a origem das ameaças ao juiz Leonardo Coelho, o primeiro telefonema ameaçador ocorrido na segunda-feira do dia 27 de fevereiro de 2012, destinado para a casa dos pais do juiz e para a casa dos pais da promotora, se originou do Telefone Público 3270-3085 da cidade de Itabela e o segundo telefonema ameaçador também para a casa dos pais do juiz, ocorreu na quarta-feira do dia 21 de março, originado de um telefone celular da Vivo.

E pela conclusão das autoridades do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, nenhum dos vereadores presos pela “Operação Caribe” tem ligação com as ameaças, até porque, na época dos telefonemas, todos eles estavam em liberdade por decisão do desembargador relator Luiz Fernando Lima, conforme despacho de 02 de fevereiro de 2012. No final do mês passado, a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, oficiou o presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Mário Alberto Simões Hirs e o procurador geral de justiça Wellington César Lima e Silva, expondo a situação de risco e exigindo providências urgentes em favor da segurança do juiz Leonardo Coelho, da comarca de Mucuri, em razão das ameaças sofridas.

[jwplayer config=”Video Paginas” mediaid=”7408″]

E na terça-feira do último dia 8 de maio, o Ministério Público do Estado da Bahia adotou a primeira medida de segurança, transferindo a promotora Milena Moreschi da comarca de Mucuri para a coordenadoria regional do Ministério Público em Teixeira de Freitas. E o Tribunal de Justiça da Bahia também adotando uma outra medida de segurança em favor da integridade física do juiz Leonardo Coelho, determinou que ele também deixasse de responder pela comarca de Nova Viçosa, para que fosse evitado o translado e exposição do magistrado. Também na terça-feira do último dia 8, o Tribunal de Justiça da Bahia publicou no Diário Oficial do Estado, um expediente em desfavor do juiz Leonardo Coelho.

E conforme o confronto das gravações contidas nos telefonemas originados, o objetivo da pressão era para anular somente a prisão do jovem Victor.

Por Athylla Borborema


Deixe seu comentário