Sem Terra interrompem atividades da Suzano e denunciam problemas sócio-ambientais
Uma média de 1.500 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam na madrugada de segunda-feira (13), a fábrica da Suzano Papel e Celulose, localizada no município de Mucuri, no Extremo Sul da Bahia. De acordo os organizadores, essa manifestação é contra o modelo de produção do agronegócio e em defesa da Reforma Agrária.
Nossa equipe conversou com os representantes da Assessoria de comunicação do MST, que acrescentaram com essa ação, os Sem Terra repudiam o modelo de desenvolvimento do agronegócio, sem contribuir com o desenvolvimento social, cultural e ambiental da região. “A empresa só explora nossas terras, retirando as riquezas e exportando”, afirmam.
“A Suzano faz parte de um grupo de transnacionais, que quando chegaram à região implantaram a monocultura do eucalipto, suprimindo a diversidade de produção existente no território. Hoje, os produtos básicos estão vindo de fora e os preços subiram vertiginosamente”, explicam.
As poucas áreas cultivadas pelas famílias camponesas têm suas produções afetadas por causa da utilização indiscriminada de agrotóxicos, que estão contaminando os solos, as águas e o ar. Além disso, a monocultura do eucalipto está provocando o êxodo rural de milhares de famílias camponesas e povos originários.
De acordo a direção nacional do MST, a atual proposta de ampliação da fábrica busca triplicar sua produção e utilizar eucalipto transgênico, que aumentará de maneira significativa os problemas sócio-ambientais, que já vem causando há décadas na região.
Ainda, afirmaram que continuarão ocupando o local, e que a tarde aumentará o número de manifestantes, chegarão a mais de 2 mil trabalhadores.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Suzano Papel e Celulose informa que, desde às 4h de hoje, um grupo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocupa área externa em frente a uma das portarias da Unidade Mucuri, na Bahia, restringindo parcialmente o acesso e a circulação de veículos e de pessoas. A fábrica está operando normalmente e a empresa já está tomando todas as medidas necessárias.
Por: Mirian Ferreira/ASCOM