Justiça determina júri popular para pais suspeitos de matar bebê 9 meses
Os pais do bebê Pedro Silva Carneiro que morreu após supostamente cair de um carro em movimento, no ano de 2016, na cidade de Prado, no sul da Bahia, irão a júri popular. A determinação foi de desembargadores do Tribunal de Justiça (TJ-BA), no último dia 15, após recursos interpostos pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA).
A data do júri popular ainda não foi determinada. O pai da criança, Jorge Mendes Carneiro, chegou a ser inocentado em júri popular em maio do ano passado, depois que os jurados entenderam que o garoto teria se desprendido da cadeirinha do bebê conforto e caído na pista. No entanto, o MP recorreu e os desembargadores do TJ-BA entenderam que a sentença de absolvição de Jorge não estava de acordo com o que apontavam os autos.
A mãe do bebê, Erisângêla Santos Silva, chegou a ser presa pela polícia à época,mas foi solta porque a Justiça entendeu que não havia indícios para incriminá-la, mas o pai continuou preso. A decisão dos desembargadores foi unânime e ainda cabe recurso. A Justiça decidiu sobre dois recursos do Ministério Público do Estado da Bahia; um sobre a decisão do júri que inocentou o pai e o outro que havia entendido que a mãe não tinha envolvimento com o crime.
Segundo o promotor Moisés Guarnieri dos Santos, que atuou até a fase de recursos do caso, há indícios de que os pais teriam agredido o filho em meio a uma discussão, causando a morte do bebê por traumatismo craniano.
Os pais serão julgados pelos crimes de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de fraude processual, já que são suspeitos de alterarem a cena do crime no intuito de modificar a evidência dos fatos.
CASO
A morte do bebê Pedro Silva Carneiro ocorreu no dia 29 de outubro de 2016, mas os pais da vítima só registraram o ocorrido no dia seguinte. Para a polícia, o pai da criança contou que o bebê estava no banco de trás, na cadeirinha, mas sem o cinto de segurança. De acordo com ele, na trepidação da estrada, a criança foi derrubada da cadeira e conseguiu abrir a porta do carro, o que causou a queda. Ele contou ainda que socorreu o filho até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Prado, mas a criança não resistiu aos ferimentos.
Júlio César Telles, delegado responsável por investigar o caso, considerou a versão contraditória com os fatos e suspeitou que a criança foi vítima de agressão.
Durante as investigações, a polícia tomou conhecimento de que a criança já tinha sido agredida em agosto do mesmo ano, na cidade de São Félix do Coribe, no oeste da Bahia.
A Justiça determinou o pedido de exumação do corpo da vítima, que passou por uma segunda perícia, para elucidar a investigação do caso. A partir dessa exumação, as agressões foram constatadas e o casal foi preso, em dezembro do ano passado. Em seguida, a mãe foi liberada, porque a Justiça entendeu que não havia elementos para incriminá-la, e o pai continuou preso.
Edição Bell Kojima
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