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Estudantes que fizeram Fies não conseguem renovar os contratos

20/09/2016 - 12h49

Situação preocupa quem precisa de crédito estudantil para pagar a faculdade

fies

Alunos de faculdades particulares de todo o Brasil estão com dificuldades para renovar seus contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A fase de aditamento (renovação) dos contratos para o segundo semestre ainda não foi aberta pelo Ministério da Educação (MEC). A demora na abertura ocorre por causa de uma dívida de R$ 700 milhões do Ministério com os bancos que administram o fundo.

Situação que deixa preocupado quem faz faculdade e tem toda ou boa parte da mensalidade bancada pelo programa de financiamento, como Samira Rangel Reis, 24, aluna do 6º período de Engenharia Civil na Faesa. Com uma mensalidade de R$ 1.250, ela tem 80% financiados e paga 20% .

“Se fosse para bancar integralmente eu não conseguiria. Preciso muito do Fies e se a gente não consegue renovar, fica a insegurança. Na faculdade falaram que o prazo de solução era até o final do mês. Mas eles não estão nos pressionando”, diz.

“Está demorando para abrir o aditamento. Nesse caso, ou a gente fica devendo a faculdade ou paga do próprio bolso. É uma situação pela qual nós não somos culpados e não pode sobrar para o aluno”, diz Danieli Camporez, 20, que cursa Engenharia Elétrica.

Atraso

Segundo o presidente da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino Particular (Fenep) e do sindicato local (Sinepe) Antônio Eugênio Cunha, o problema atinge todas as faculdades do país.

A solução, explica, está no Congresso Nacional, que tem de votar um crédito suplementar para o MEC que será utilizado para o financiamento estudantil. Embora estivesse na pauta, a votação não havia acontecido ontem até o fechamento desta reportagem. “Amanhã (hoje) estarei em Brasília e vamos tratar disso. As faculdades têm custos e também querem receber”, disse Cunha.

Na Bahia, faculdades exigem que alunos assumam gastos

Na Bahia, alguns alunos que estudam com mensalidades bancadas pelo Fies afirmam que estão tendo até de assinar uma espécie de contrato se responsabilizando pelos custos.

“Esse contrato diz que os estudantes vão arcar com todas as despensas caso não ocorra o aditamento”, afirmou a estudante Ednaide Damasceno, ao portal G1. A medida motivou até protesto dos estudantes na Capital baiana.

Esse tipo de situação, garante Antônio Eugênio Cunha, presidente da Fenep, não acontece no Espírito Santo.

“Isso de maneira alguma é uma orientação que nós recomendamos. Acontece na Bahia, mas entendemos que esse problema não é um problema do aluno”, frisou. Estudantes também confirmam que não estão sofrendo pressões por parte das faculdades no Estado.

Segundo Cunha, todos os alunos que fizeram Fies em instituições capixabas e aguardam a abertura do prazo para aditamento dos contratos estão regularmente matriculados.

“As faculdades estão agindo com bom senso. Ninguém está sendo impedido de assistir qualquer aula por causa disso”, afirmou o presidente da Fenep.

Fonte Elton Lyrio | [email protected]


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