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Greve dos caminhoneiros: país ainda tem 387 pontos com bloqueios

26/05/2018 - 12h42

Mais de 12 horas após a publicação do decreto que autoriza o uso das Forças Armadas para a desobstrução de rodovias federais, ainda há caminhões concentrados em diversos pontos nas principais estradas do país na manhã deste sábado, conforme informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

De acordo com o último balanço do Ministério da Defesa, de sexta-feira para sábado, 132 pontos que estavam bloqueados nas rodovias pelo país foram liberados pela PRF com apoio das Forças Armadas até meia noite e diz respeito ao resultado obtido desde o início da operação conjunta com as Forças Armadas. Entretanto, outros 387 permanecem com algum tipo de retenção. Este é o sexto dia da greve de caminhoneiros contra o aumento do preço do diesel.

Em grupos de WhatsApp, os caminhoneiros trocam mensagens em que afirmam que o Exército não poderá retirá-los das vias se estiverem obstruindo apenas parte do trânsito.

   Em uma dessas mensagens, a que o GLOBO teve acesso, um motorista do Paraná diz que “os militares nos passaram que se não tiver estrada obstruída, eles estão conosco na luta“.

O texto segue dizendo que os soldados só vão dirigir ou escoltar caminhões carregados com combustível para viaturas.

Na Rodovia Washington Luiz (BR 040), o grupo que está em frente à Reduc, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, se encontra no acostamento e dá passagem para os veículos.

De acordo com a Nova Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, há bloqueios em diversos pontos: Santa Isabel, São José dos Campos, Jacareí, Caçapava, Pindamonhangaba, Lorena, Barra Mansa e Piraí. Por outro lado, os caminhoneiros que estavam na Fernão Dias desmontaram o bloqueio durante a madrugada.

Já na rodovia Régis Bittencourt, que liga São Paulo ao sul do país, a manifestação ocupa uma faixa e o acostamento na altura do km 279, em Embu das Artes, região metropolitana. Já na rodovia Anchieta, que vai ao Porto de Santos, há protesto entre o km 22 e o 24, em São Bernardo do Campo, no ABC, segundo a concessionária Ecovias.

O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, informou nesta sexta-feira que o governo irá editar um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em todo o território nacional, para auxiliar na liberação de rodoviais ocupadas por caminhoneiros.

   A medida, que valerá até o dia 4 de junho, atende a um pedido feito pelo comando do Exército.

AEROPORTOS DESABASTECIDOS

A Infraero informou que 11 aeroportos administrados pela estatal estão sem combustível por conta da greve dos caminheiros. Seis desses terminais estão em capitais: Palmas, Goiânia, Maceió, Recife, Vitória e João Pessoa. Os aeroportos de Carajás (PA), São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Ilhéus (BA) e Juazeiro do Norte (CE) também estão sem combustível. Apenas oito aeroportos são abastecidos regularmente com combustível.

No aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, de meia-noite até as 7h da manhã deste sábado, foram cancelados um total de 40 voos, sendo 31 pousos e nove decolagens. A Inframérica, empresa que administra o aeroporto, informou que as reservas de querosene de aviação no terminal acabaram na manhã desta sexta-feira.

   A assessoria de imprensa informou, entretanto, que as atividades não estão totalmente paradas.

Segundo o comunicado, neste sábado, já houve 54 pousos e decolagens em Brasília.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o percentual de voos atrasados ou cancelados em todo território nacional, na manhã deste sábado, é de 14,1%. A Agência, porém, indicou que este percentual está dentro da média para o dia e horário.


Edição Bell Kojima/Repórter Coragem


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