Mãe e filha usaram WhatsApp para combinar morte de professor universitário
Mensagens do aplicativo WhatsApp recuperadas pela Polícia Civil mostram que a advogada Milene Estácio da Silva (36 anos), pressionou a filha de 17 para assassinar o padrasto, o professor universitário Milton Taidi Sonoda (39 anos), em São Carlos, no interior de São Paulo.
“Leve a faca para afiar, leve umas três. A partir de amanhã acabou tudo. Leve o negócio pra afiar“, mandou a mãe, em uma das conversas.
O conteúdo das mensagens foi divulgado nesta sexta-feira (03).
Sonoda foi morto pela enteada no dia 18 de maio com três facadas no abdômen. Ele foi dopado com sedativos antes do crime. A adolescente assumiu a autoria do crime, e a mãe alega que apenas ajudou a filha a se livrar do corpo. As conversas comprovam que a morte foi planejada pelas duas por motivo financeiro.
Sonoda estaria gastando as economias da família na reforma de uma casa, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, para onde se mudariam.
O professor tinha mestrado em Física pela USP (Universidade de São Paulo) e acabara de assumir aulas na UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro).
“O Milton saiu com 700 reais, o último suspiro que eu tinha. Ele não pode viajar amanhã, porque senão nossos planos terão que ser adiados. As contas estão bombando na minha cabeça, enquanto isso o Milton só pensa em gastar 1 600 reais de mármore“, disse a mulher em mensagem para a filha.
“Como o Milton é chato! Mas tudo isso vai acabar amanhã! Amanhã mesmo!“, respondeu a jovem.
A mãe assentiu:
“Tomara! Tô de saco cheio!“
As conversas, recuperadas com autorização judicial, mostram que mãe e filha planejavam o crime havia dois meses, segundo a Polícia Civil. A filha chega a dizer à mãe que tinha marcado manicure para fazer as unhas.
“Já que a gente vai ter enterro.“
A advogada deixou claro que a filha, menor de idade, tem de assumir o crime sozinha.
“Se acontecer da polícia chegar até você, não tenha medo. Mas não põe eu no meio. Eu pegaria mais de 30 anos de cadeia.“